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ENCONTRO DE EDUCAÇÃO: XVI FÓRUM DA REDE KINO

ENCONTRO DE EDUCAÇÃO: XVI FÓRUM DA REDE KINO
América Latina e Caribe
BrasilBrasil
Declaração


CineOP - Festival de Cinema de Ouro Preto
19 a 24 de junho de 2024
ENCONTRO DE EDUCAÇÃO: XVI FÓRUM DA REDE KINO

 

 

Ouro Preto 2024 Cardápio


O Festival de Cinema de Ouro Preto e a Rede Kino – Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual promoveram ampla consulta pública remota, prévia ao encontro presencial, para atualizar e ampliar a proposta de regulamentação da Lei Federal 13.006/14, que determina o exibição de duas horas de cinema brasileiro por mês em escolas de educação básica. Foi criado um formulário que foi respondido por uma comunidade formada por educadores, gestores públicos, cineastas, profissionais da preservação, pesquisadores, professores e interessados ​​em implementar uma política pública que garanta a implementação da Lei. Com base nas respostas recebidas foram quatro trabalhos. Grupos (GT) presenciais durante o XIX CineOP. Com a participação de profissionais da cultura e da educação e de representantes do Ministério da Cultura (MINC), representantes do Ministério da Educação (MEC) e dos Ministérios dos Direitos Humanos (MDH), os Grupos de Trabalho elaboraram um documento com uma proposta que visa contribuir com parâmetros e diretrizes para a construção de um Programa Nacional de Cinema Escolar.
Portanto, a discussão pública do Programa foi dividida em duas etapas. Na primeira etapa, foi realizada previamente uma ação online com a consulta para atualização e ampliação da proposta de regulamentação da Lei 13.006/14.

As questões do formulário tiveram como objetivo construir coletivamente um documento que apontasse os elementos necessários às práticas cinematográficas em contextos escolares, respeitando a diversidade dos territórios e valorizando a circulação das culturas e dos filmes que compõem o país. A segunda etapa desenhada foi a atuação presencial com a instituição dos quatro Grupos de Trabalho (GT), formados em torno dos seguintes temas: Formação de professores; Condições de produção e exposição; Coleções e curadores; e Pedagogias.

Por meio de edital próprio, o público presente na Exposição pôde se inscrever para ocupar assento nos quatro GT. Além dos GTs, debates foram incluídos na programação do evento aberto ao público. As reuniões do GT aconteceram nos dias 19 e 20 de junho, em Ouro Preto.

Quanto à metodologia adotada pelos GTs, no dia 19 de junho, primeiro dia de trabalho, os GTs se reuniram no auditório do Encontro de Educação para uma apresentação inicial sobre a dinâmica de trabalho e, posteriormente, cada GT se reuniu separadamente para sistematizar as principais questões decorrentes do ampla consulta pública que orientou o debate naquele primeiro momento.

No dia 20 de junho, segundo dia de trabalhos, as sessões iniciaram-se com a apresentação dos principais temas resultantes da sistematização dos debates do dia anterior. Foi realizado novo debate com adensamento das questões apresentadas no primeiro dia e elaboração de pontos que resumem a discussão. A seguir apresentamos os resultados resumidos das contribuições e debates que serão realizados sistematizados para o documento final da proposta do Programa Nacional de Cinema Escolar a ser endereçado ao Ministério da Cultura, ao Ministério da Educação, ao Ministério dos Direitos Humanos, ao Ministério da Comunicação e aos demais representantes governamentais envolvidos no assunto, para que o desenvolvimento do Programa Nacional de Cinema na Escola se efetive, chamamos a atenção para as seguintes diretrizes e objetivos estratégicos resultantes do processo coletivo anterior descrito:

1. Vincular o Programa Nacional de Cinema na Escola à Educação e ao Audiovisual no Brasil

Promover políticas de formação, produção, distribuição/divulgação, exibição e preservação audiovisual que dialogem com as políticas educacionais, cinematográficas e audiovisuais e garantam acesso e
acessibilidade do cinema independente brasileiro nas escolas. Contribuir massivamente com as principais políticas do MEC para a Educação Básica, a saber: Compromisso Nacional com a Alfabetização Infantil;
Programa Escolar em Tempo Integral; Estratégia Nacional de Escolas Conectadas; ampliação de vagas em creches, pré-escolas e novos estabelecimentos de educação infantil, por meio da Manutenção da Educação Infantil (Manutenção EI); a criação de grupos de trabalho interfederais para debater os últimos anos do ensino fundamental e recomposição.
Aprendizado; e envio da fatura nº. 5.230/2023 sobre Política Liceo Nacional, así como el diálogo con los lineamientos, objetivos estratégicos y programas del Plan Nacional de Cultura, las políticas de Cine y Audiovisual Brasileño y sus respectivas responsables, como la Secretaría Audiovisual del MinC, ANCINE y el Consejo Superior de cinema.

2. democratização das práticas pedagógicas

Promover práticas pedagógicas diversas com o cinema para proteger e promover a diversidade. cultura de todos os grupos étnico-raciais e suas derivações sociais, reconhecendo o alcance da
noções de educação, escola, cinema e audiovisual, em todo o território nacional, envolvendo professores, alunos e toda a comunidade escolar, para garantir a multiplicidade de valores,
capacitar-nos e colaborar com a consolidação da democracia brasileira.

3. Integração e mainstreaming do cinema nas políticas educativas
Incorporar o cinema nos currículos e projetos político-pedagógicos, preservando a autonomia das unidades escolares e dos processos educativos. Reconhecer o cinema nas suas múltiplas modalidades, como a comunicação, a linguagem, a arte e a cultura, e incorporar a sua presença nos documentos oficiais da educação, articulando-o com outras componentes curriculares de forma inter e transdisciplinar.

4. Acesso universal e acessibilidade total
Garantizar condiciones integrales para la producción y difusión accesible del cine brasileño y Latinoamericano en las escuelas, asegurando conectividad y acceso a obras, materiales y tecnologías audiovisuales con recursos asistenciales, proporcionando la inclusión de todos estudiantes en el universo cinematográfico y garantizar el derecho universal a una Educação de qualidade.

5. Inclusão escolar em tempo integral
Garantir a implementação de práticas pedagógicas com cinema nas escolas de tempo integral, oferecendo experiências diversificadas aos alunos, assistência técnica, formação e condições de trabalho
Trabalho adequado para profissionais da educação.

6. Articulação das políticas de Cinema, Audiovisual e Educação com a Cultura Digital
Defender e priorizar a adoção de tecnologias não patenteadas visando a soberania digital brasileira e
integrar as metodologias e pedagogias do cinema, do audiovisual e da educação ao Plano Nacional
A Educação Digital e a Estratégia Nacional para Escolas Conectadas, com vista ao estabelecimento de uma relação ética
com tecnologias digitais, como realidade virtual e inteligência artificial.

7. Promoção de Redes de Plataformas Regionalizadas e Participação em Coleções Nacionais .

Promover redes regionais e plataformas cinematográficas e educativas com equipas multidisciplinares e focadas
na promoção e divulgação de práticas educativas territorializadas com cinema nas escolas e na formação de professores, bem como na garantia da participação da produção audiovisual escolar em acervos públicos,
Repositórios e plataformas oficiais brasileiras.

8. Desenvolvimento de Processos Colaborativos
Implementar ações de produção e divulgação de filmes na escola através da criação de processos. colaborações e a articulação de conhecimentos interdisciplinares e transdisciplinares, integrando gestores de instituições culturais e educacionais, professores, estudantes, curadores, artistas, pesquisadores, profissionais de saúde mental, agentes comunitários para construir pontes entre
escolas e ambientes cinematográficos, culturais e artísticos, como festivais e exposições, salas de exibição públicas, cinematecas e cineclubes e os diversos equipamentos que compõem o ecossistema cultural e artístico do país comprometidos com a dimensão ética, estética e política da educação.

9.Formação de professores com experiências cinematográficas

Garantir que a formação inicial e contínua dos professores inclua experiências diversificadas com cinema, desde cineclubes a disciplinas obrigatórias sobre cinema e educação, além de promover a criação de carreiras cinematográficas, de acordo com as possibilidades e condições dos contextos e instituições formadoras.

10. Produção de Tecnologias Locais e Sustentáveis

Estimular a produção de tecnologias locais utilizando materiais sustentáveis ​​e de menor impacto ecológico, desenvolvendo soluções latino-americanas inclusivas e adaptadas às especificidades locais.
Ao longo do evento, que contou ainda com cinco mesas redondas sobre projetos audiovisuais educativos realizadas em diversos estados brasileiros e em países da América Latina e da Europa, duas sessões de cinema realizadas em escolas, duas Masterclasses internacionais, ficou evidente que a experiência cinematográfica nas escolas representa hoje, mais do que nunca, uma forma de garantir a imaginação de novos mundos comuns, a escuta sensível, o respeito pela diferença e a ação de saúde pública e de cuidado. Essas potencialidades do cinema foram identificadas como uma saída para a defesa de uma sociedade democrática na qual haja espaço para produções subjetivas individuais e grupais. que residem nas escolas. A partir de uma série de exemplos que foram exemplificados na descrição de práticas de projetos com diferentes abordagens, detectou-se a urgência de garantir experiências educativas com cinema para que, através do acesso à educação e ao cinema, as crianças, os jovens e os seus professores possam resistir aos discursos que promovem o ódio, o extermínio da diferença e a dissolução da experiência da presença.
A solidariedade da Rede com os camaradas da Argentina que enfrentam este momento histórico, de luta contra um governo de extrema direita que impõe a perseguição à educação e à cultura , desgastando a vida democrática e o pacto de civilização que deveria sustentar a dignidade da população. pessoas e a vida em sociedade. Acreditamos que só se investe em educação de qualidade.
O social pode nos fazer seguir outros caminhos visando viver bem. Sabemos que o cinema é hoje um importante aliado nesse sentido e, por isso, convocamos os representantes governamentais a trabalharem juntos em prol de uma política pública estadual para a área do cinema e da educação.

Ouro Preto, 24 de junho de 2024.
Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual