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Rádios comunitárias e cidadãs devem conectar a realidade dos territórios: Mauro Cerbino

Rádios comunitárias e cidadãs devem conectar a realidade dos territórios: Mauro Cerbino
América Latina e Caribe
Exposição

As rádios comunitárias e cidadãs não devem ser submetidas à comunicação “impostura” e “inautêntica”, e muito menos à comunicação manipuladora. Ao contrário, deve ser caracterizado como um meio que soma, que pensa “de” e não “para”; É pensado a partir da participação, afirmou o professor e pesquisador em comunicação Mauro Cerbino, ao participar da palestra de abertura do Programa de Capacitação em Produção para uma Rádio Comunitária e Cidadã, promovido pela SIGNIS ALC, com o apoio da ALER e do CIESPAL.

Para Cerbino, se não tivéssemos “capacidade de criar mecanismos para que a rádio fosse aberta e não uma rádio unilateral, estaríamos repetindo as infâmias da mídia comercial”.

Como destacou, um dos desafios da comunicação comunitária e cidadã está na “formação”, pelo que parabenizou a SIGNIS ALC por promover o programa de formação que reúne 100 jovens comunicadores de 11 países da América Latina e do Caribe.

“Sabemos o que acontece nas aulas universitárias, na formação em jornalismo, e sabemos que é aí onde se cozinham todas as distorções, onde se forjam todos os instrumentos de manipulação, por isso um programa alternativo de formação, visando a justiça social, uma comunicação a experimentar para consertar este mundo infame em que vivemos, este mundo que devido à pandemia se tornou ainda mais complicado ”, portanto a proposta deste programa de formação,“ A centelha da Palavra ”deve ser uma centelha política que permite a comunicação da comunidade e é capaz de ficar ao lado de quem tem algo a dizer, insistiu Mauro Cerbino.

Acrescentou que uma rádio comunitária, cidadã, deve encontrar o norte da "autenticidade" e isso se consegue por ser uma estação que garanta a participação, não tanto uma estação preocupada com o público, mas uma estação "para alguém", uma estação orientada a alguns destinatários e que podem demonstrar a “autêntica força da palavra e que pode ser amplificada por uma rádio online.

Para Cerbino, “espero que todas as dinâmicas que estão por trás e que acompanham o desenvolvimento desta rádio não estejam também online, porque um dos elementos que devem ser tidos em conta numa comunicação pela justiça social é a comunicação do território, é uma comunicação face a face, é uma comunicação de corpos, de ação coletiva, uma comunicação que não pode cair na armadilha e na ficção da coletivização por meio das tecnologias. As tecnologias devem ser utilizadas como meros instrumentos ”, portanto o desafio para as rádios online como a proposta da SIGNIS ALC é“ ser capaz de conectar e possibilitar a colaboração de diferentes lugares e territórios da América Latina ”, destacou.
Uma rádio online deve servir para conectar territórios, para possibilitar a resistência a uma globalização vergonhosa, que tenta nos tornar escravos da mídia comercial. Diante dessa realidade, uma rádio online tem que conectar a realidade dos territórios, dos diversos espaços que caracterizam nossa América Latina ”, disse.